Batalla de La Cucaracha

Faltavam alguns minutos para o início do dia de hoje. Em meio a leituras sobre a Revolução Mexicana, estava cantarolando a música que embalava as missões dos “Villeiros”:

La cucaracha, la cucaracha / Ya no puede caminar / Porque no tiene, porque le falta / Marihuana pa' fumar

De tanto repetir esse refrão, creio que chamei o ser principal da trama, ‘La Cucaracha’. De repente, ouço alguns pequenos passos, atrás da TV, percebo mais uma ameaça, mais um daqueles seres, asquerosos, mas previ mais uma morte rápida, como todas as outras.

Então, com meu rápido raciocínio, já estava com minha arma na mão, o terrível ‘SBP’ [Terrível contra os insetos. Contra os insetos.] após alguns segundos, eis que estou cara a cara com ela, a Barata. Mas não era uma barata qualquer, era daquelas marombadas, que dá gosto de ver, ou medo, depende do momento, e da pessoa.

Sem maiores delongas, parti para o ataque mortal, aplicado diretamente à fronte daquele ser. Eis que então, vejo que não seria uma luta fácil, muito menos justa.

AQUELA FILHA D'UMA ÉGUA 'AVOAVA'! Tá entendendo a gravidade? 'AVOAVA'!

Naquele momento o sangue me subiu à cabeça, o ódio corroeu meu corpo e meus olhos ficaram vermelhos, e não mais que rapidamente, meu reflexo me deu a melhor ideia da noite.

CORRE CACETE! CORRE!!

Seguindo a lógica saí imediatamente do mesmo cômodo que aquele ser. Porém, não poderia deixar que ela me vencesse, até porque, se fosse assim, deveria, eu, dormir na sala. E nem casado com ela eu sou.

Retornei ao meu aposento, munido de mais uma arma, na verdade, um escudo, a chinela. Naquele momento, o espírito de Pancho Villa me tomou e iniciei minha batalha da noite. Relembrando as batalhas Mexicanas, porém, sem puxar um, empunhando minha espada aerosol em uma mão e meu escudo em outra (Pancho levaria um porrete e um rifle, mas tudo bem) comecei a batalha.

A cada apertada do aerosol era uma voadela da Barata (ele vai dar uma sprayzada na barata dela), e assim minha parede ganhou diversas manchas brancas. O corre-corre foi instaurado, eu estava onde ela [não] estava.

De repente, houve uma investida, que seria a derradeira do meu inimigo, em minha direção, ele me atacou, e não me restava outra opção a não ser me defender. Com um golpe certeiro com meu escudo, lancei-o diretamente para cima de um quadro, como por milagre, ou reflexo ela se segurou sobre ele, mas não teve tempo de voar novamente, foi quando acertei-a de forma definitiva, com minha arma mortal.

Após desferir meu último golpe, o inimigo caiu e se contorceu em alguns movimentos atrás de um local seguro, chamado armário.

A julgar pelos barulhos produzidos por sua morte atrás do armário, estou esperando a chegada de um alienígena e depois o MIB.

Acho de muito bom grado a morte de uma barata. Se vocês perceberem, depois que você mata uma com inseticida, ela se dá o trabalho de sair de onde estiver para morrer em outro lugar, de preferência um lugar que seja fácil de você retirar o corpo. No meio do quarto, no corredor, ou até mesmo do lado do rodapé, mas nunca escondida demais.

E assim, terminou minha épica batalha pelo controle do meu quarto.. agora posso dormir em paz, com cheiro de inseticida e rinite atacada, mas tranquilamente. Boa noite para vocês!